A sociedade brasileira está anestesiada em relação à violência. Para os poucos que têm a ousadia de não morar em apartamento, nada mais natural que aparelhar a casa com cercas elétricas, câmeras e alarmes. Ah, e se não pagar escolta particular, estará correndo sérios riscos.
Para os mais endinherados, os condomínios fechados pipocam no que eram áreas rurais de grandes, médias e até pequenas cidades, a preços exorbitantes. Sair de casa, a pé, à noite? - pensamento mais insano!
Enfim, já demos a luta por vencida. Passear, ir ao cinema e fazer compras, só no shopping center, pagando um estacionamento pra lá de caro. E na hora de ir embora, cuidado com os sinais vermelhos!
Quando vamos para fora do país - e não precisa ir muito longe, basta tomar Buenos Aires ou Santiago como exemplo - é que ficamos boquiabertos: "puxa, aqui é seguro andar pelas ruas à noite". Quando deveríamos, todos os dias, nos surpreender pelo fato de ver o nosso direito de ir e vir definhando cada vez mais.
O cérebro foi feito para se adaptar, culpa dele! Desde os primórdios o ser humano se adapta para sofrer menos, é fato. Mas a pergunta é: estamos sofrendo menos ao deixar de lado o problema da violência?
Encanado
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
O curso natural das coisas
Os jovens nascidos na década de 80 estão chegando ao mercado de trabalho e são chamados de "geração y". Até aí, nenhuma novidade: a TV e a internet estão cheias de reportagens sobre este tema. Até filme já tem. Mas o que estas reportagens omitem é como este cara, recém saído de sua panelinha universitária - aquela das festinhas, churrascos, e papos de bar - se vê, agora, tendo de passar mais de um terço do dia convivendo com um monte de senhores cisudos que só pensam em trabalho, e que até na hora do almoço só falam de trabalho.
É óbvio que a sociedade desvia o ser-humano do seu curso natural, senão estaríamos neste momento andando pelados e nos reproduzindo sem pudor pelas ruas. Mas, convenhamos, forçar um moleque de 23 anos a passar o resto de sua vida com senhores de 50 é um desvio extremo do que a natureza lhe propõe: passar dia após dia buscando e testando novas parceiras sexuais.
É óbvio que a sociedade desvia o ser-humano do seu curso natural, senão estaríamos neste momento andando pelados e nos reproduzindo sem pudor pelas ruas. Mas, convenhamos, forçar um moleque de 23 anos a passar o resto de sua vida com senhores de 50 é um desvio extremo do que a natureza lhe propõe: passar dia após dia buscando e testando novas parceiras sexuais.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
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